VIVER O LUTO: PROCESSO DOLOROSO E NECESSÁRIO

Gustavo Autran | 16 Mar 20

Viver o luto: processo doloroso e necessário

Não existe receita nem padrão de comportamento para lidar com perdas, segundo especialistas. A forma de reagir a morte varia e precisa ser respeitada

Os sentimentos que emergem com o luto são aqueles mais complicados de lidar: perda, dor, vazio. Por isso mesmo, a ideia de superar esse momento o quanto antes, para abreviar o sofrimento, pode soar tentadora. Mas nem sempre o atalho é o melhor caminho a seguir. Sobretudo se estamos falando de como nos relacionar com as emoções.

— O luto é um processo que resulta de uma perda significativa para a nossa vida, e se refere a um investimento afetivo que não tem mais quem o receba. Não se trata de um obstáculo a ser vencido o mais rápido possível. Se não vivermos o luto até o fim, a gente não elabora, e impede que o processo se encerre — diz Bianca Dantas, psicanalista de saúde mental do Centro de Atenção Psicossocial Franco Basaglia, em Botafogo.

Na maior parte das vezes, entendemos o luto como um processo detonado pela morte de alguém próximo. Mas ele pode estar relacionado também a rompimentos de outras naturezas, ou a fim de ciclos, como o término de um relacionamento, a perda de um emprego ou mesmo de um ideal de vida. Grandes tragédias, como a morte dos jovens jogadores do Flamengo em um incêndio ou o rompimento da barragem de Brumadinho também têm um luto, dessa vez coletivo, a ser vivido. Mas em qualquer um dos casos, ele é um momento fundamental porque implica na reconstrução do indivíduo.

— Então, o melhor é se permitir passar pelo processo de transformação gerado por esse 'adeus', que vai nos preparar para os caminhos que podem surgir no futuro. É importante viver isso para deixar o novo chegar — explica a psicanalista e filósofa Flora Tucci.

Quando se trata de viver o luto, não existe um padrão de comportamento a ser seguido. Algumas pessoas ficam mais à flor da pele, sentem vontade de falar, chorar e de contar com a companhia de alguém. Mas há quem opte em se recolher porque precisa desse isolamento para reorganizar as emoções. Não existe uma maneira "melhor" ou "pior" de vivenciar essa experiência, então o mais importante é respeitar o processo de cada um.

— Existem várias gradações do luto, em alguns casos ele pode ser mais longo, em outro, ele pode ser mais curto. Se a pessoa sentir que precisa de ajuda, é fundamental que ela possa pedir sem medo, que ela não se furte a esse direito. Nessas horas a postura dos amigos e familiares que estão em volta faz a diferença — conta Flora.

Negar a expressão da dor do outro com comandos como "não chore", "pare de sofrer, porque ele (a) não quer te ver triste" são desencorajadores. Você estará ajudando muito mais se demonstrar entender a dor do outro.

— O outro precisa ver a sua dor legitimada, afinal aquela morte abriu um fosso no seu coração. Então é preciso deixar a pessoa à vontade para experimentar a dor dela do seu jeito, sem que  seja censurado. Isso é importante para o processo de 'cura' — Continua Flora.

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